segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pictures Quito

Esse fim de semana estive em Machala, outra cidade aqui perto, contudo foi muito rápido e estou sem fotos da cidade agora, não é uma cidade turistica nem nada, fui com alguns amigos daqui, porém tive uma alegria muito grande na viagem e tenho que compartilhar. Eu comi humita con queso (pamonha), nem acredito que encontrei pamonha com queijo e das boas ainda. Acabei ficando todo o fim de semana por lá.
Abaixo são algumas fotos que foram tiradas em Quito no fim de semana passsada:

















terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Quito

Desde que cheguei no Equador fiquei apenas em Guayaquil, como já decidi morar aqui, resolvi que quando estiver perto de ir embora eu viajo pelo país ou vou conhecendo aos poucos. Nesse fim de semana tive a oportunidade de ir para Quito, contudo foi uma viagem meio rápida e não tive muito tempo para conhecer tudo que a cidade oferece.
O ônibus saiu na quinta-feira ás 23:30 de Guayaquil, na garagem da empresa que fica umas quatro quadras de casa, chegando em Quito as 06:15 aproximadamente. A viagem foi tranqüila, como estava a noite nem foi possível ver a paisagem do caminho, que dizem que é cruzando várias montanhas. San Francisco de Quito, mais conhecida como Quito, está localizado em um vale e é cercado de montanhas de todos os lados, com isso é uma cidade estreita e cumprida. Atualmente a cidade esta em processo de expansão e os vales ao lado estão sendo todos ocupados para atender a demanda, para ligar os vales há autopista em cima das montanhas interligando todos os vales, enfim, toda a cidade. Quito foi considerada a cidade com maior quantidade de área verde da América Latina, e existe uma lei que proíbe a construção em área verde nos vales que estão sendo ocupados, ou seja, a construção tem que ser ecologicamente correta. As maiores atrações turísticas de Quito são: Conhecer ou escalar os vulcões que fica em sua volta, como o Cotopaxi, o Pichincha, entre outros, visitar o centro histórico e ir à linha do Equador, que fica aproximadamente 35 km do centro, onde há um monumento que marca o local como “la mitad del mundo”(o meio do mundo).
O clima da cidade depende apenas do sol, se o sol aparece esquenta, se as nuvens estão encobrindo-o a temperatura cai. O vento influencia muito na temperatura, pois ao passar pelos montes nevados (principalmente o vulcão Cotopaxi) trás um vento gelado para a cidade, que faz a sensação térmica abaixar muito. Quando cheguei na cidade estava um frio razoável e após o sol aparecer ficou um clima bem agradável.
A intenção da viagem para Quito foi para ir a um casamento, apesar de que nem conhecia os noivos, passei a conhecê-los assim que cheguei rsrs. Conhecia apenas o irmão da noiva, porém o Junior conhecia os noivos então problema resolvido. O casamento foi no sábado e pensei em conhecer a cidade na sexta, pois sábado e domingo iríamos ficar enrolados com o casamento e outros planos que já tínhamos, contudo na sexta-feira deu apenas para conhecer o centro histórico da cidade e teve que ficar para outra oportunidade conhecer os vulcões e a Linha do Equador “a metade do mundo”.
Quito foi fundada em 6 de dezembro de 1534, com isso esse fim de semana foi seu aniversário de 476 anos. A cidade toda estava em festa, ruas fechadas e muitas pessoas saindo em cima de carros de som para comemorar. Sábado e Domingo fizemos o que estava programado como ir ao casamento e ser os únicos da festa sem roupa de festa, sempre em um casamento que você vai você percebe que tem 10 padrinhos, 9 estão de ternos e tem aquele infeliz que está só de camisa com os botões aberto até o peito ou todos convidados estão trajados de sociais e tem um ou dois de roupa esporte parecendo que está indo a um estádio de futebol, sempre comentei sobre isso e dessa vez nós fomos os comentados, digo nós, porque eu não fui o único, isso inclui Junior, Lorena e o Erick (pensava que ia deixar de mencionar vocês nessa presepada?). Eu vim preparado para fazer um mochilão de volta ao mundo e não para ir em casamentos, mas tudo bem, quem liga para o que você está usando (¿alguém liga?), no restante o casamento estava perfeito, do jeito que me convém, lugar bonito, poucos convidados, um casamento que tento definir como simples-chique eu penso, não posso dizer que estava só a família e os amigos íntimos porque eu estava no casamento, que não era nenhum e nem outro até esse fim de semana, agora posso me considerar um amigo.
No domingo fomos para o terminal as 15:30, contudo ônibus para Guayaquil só tinha as 19:00 horas em diante, resolvemos pegar um ônibus para Quevedo, uma cidade no meio do caminho, que estava previsto para as 16:20, e ao chegar lá tinha possibilidade de pegar um ônibus para Guayaquil. Como na vida nem tudo que planejamos sai conforme esperado, aconteceu alguns imprevistos no meio do caminho. Chegando em São Domingo a policia (narcóticos) estava fazendo uma blitz geral e todos ônibus foram parados, todos passageiros tiveram que descer do ônibus e ficar encostado no ônibus com mãos para cima para ser revistado pelos policiais, igual filme hehehe, após checar bolsos e mochilas éramos liberados para voltar ao ônibus, contudo uma policial gordita, resolveu cismar com nós porque éramos estrangeiros e tivemos que apresentar os passaportes, ninguém teve que apresentar identidade, o meu passaporte estava tudo ok, pois meu permiso vence final de janeiro, contudo o do Junior venceu já faz alguns meses e como ele não renovou, ficou ilegal no país, a policial não aceitou desculpa e acabou detendo, não permitindo que ele embarca-se no ônibus novamente, resumindo, voltou para casa eu, a Lorena e o Erick (a Lorena também estava com permiso vencido, mas por causa da Vitória, filha deles de 2 anos, a policial liberou ela) e o Junior acabou indo para delegacia aonde ficou preso e foi liberado só na segunda as 18 horas e só foi liberado porque alguns amigos de Quito foi na cidade que ele ficou preso e conseguiu um advogado particular para solta-lo se não tivesse isso, iria ficar preso uns 15 dias até algum advogado do poder público fazer a papelada e o juiz julgar a sentença, contudo ontem foi resolvido e hoje de madrugada já estava em Guayaquil, agora tem que correr atrás dos documentos para legalizar, pois se a policia parar ele novamente o problema será maior.
Quando chegamos em Quevedo um ônibus para Guayaquil estava saindo, contudo estava lotado, mas tivemos muita sorte, pois um ônibus vazio tinha acabado de chegar e tinha umas vinte pessoas que queria ir para Guayaquil, ficamos pressionando o motorista até ele concordar em nos levar, no final acabou que ele saiu no lucro, pois o ônibus foi lotado, com todos assentos ocupados e pessoas no corredor, o normal da passagem era 3 dólares, mas o motorista aproveitou a situação (demanda maior que a oferta) e cobrou 4 dólares a passagem, como não tínhamos opções, tivemos que aceitar de bom grado, cheguei em casa por volta das 01:30 aliviado por mim e preocupado pelo que viria a acontecer com o Junior, mas no final tudo se resolveu, uma experiência que posso dizer foi nada fácil para ele passar, mas já passou e é isso que importa.


Como prometido para ele vou postar umas frase de nossa ultima conversa no MSN:


Fabricio diz:
Enquanto isso estou tentando escrever e contar as presepadas do fim de semana hehehe. Mas minha mente jornalística não esta funcionando, acho que tenho que jogar Ceasar para esfriar a mente heheheh, o único problema é que não consigo passar da fase 5
Juscelino diz:
Kkkkkkkkkkkkkkkkkk Poe isso no blog
Fabricio diz;
Ta feito! Desejo concedido! Só porque tenho medo dos ex-presidiários e você é um deles agora. Hahahha

(:

domingo, 28 de novembro de 2010

Censo 2010 no Equador

O blog foi criado com objetivo de relatar e informar aos meus amigos e quem tiver interesse sobre minha viagem, como já resolvi morar aqui no Equador logo no começo da viagem ficou um pouco complicado para mim de ficar escrevendo no blog sobre o que estou fazendo, pois quando você está na estrada, em todo momento tem novidade, histórias e acontecimentos, pois todo dia está em lugares diferentes com pessoas diferentes e a partir de quando se estabelece em um lugar, se adapta e começa uma rotina, tudo parece ser normal e corriqueiro, contudo vou escrevendo os últimos acontecimentos por aqui.
Hoje, 28 de novembro de 2010 está acontecendo um levantamento aqui no Equador, ou seja, um censo para mapear população local, estrangeiros residentes no país, condições de vida da população, situação financeira, enfim, igual o IBGE faz no Brasil. A diferença é que no Brasil o censo tem um período de trabalho de 6 meses e é feito por etapa, pelo fato da extensão geográfica do pais, quantidade de habitantes, entre outros fatores e o IBGE terceiriza os funcionários para fazer o levantamento, colher as informações e fazer o processamento dos dados. Aqui no Equador vamos dizer que a diferença é intrigante. O censo está sendo realizado hoje, porém é só hoje, o censo será feito no país inteiro hoje, para conseguir realizar essa façanha em um único dia o governo decretou que nenhum cidadão poderá trabalhar, sair nas ruas, viajar, enfim, um feriado forçado onde só funcionou os serviços básicos (hospitais, aeroporto só para vôos internacionais, policia, etc) se alguém precisa sair na rua para uma emergência médica terá que justificar se não corre o risco de ser preso, resumindo, se sair na rua é preso pela policia, nada esta aberto, não tem ônibus, táxi e o lema de hoje é ficar em casa para receber quem estiver fazendo o censo.
Como será feito em apenas um dia o censo é óbvio que o governo iria precisar de uma quantidade muito grande de pessoas para colher as informações e o custo seria um pouco elevado, com isso tomou uma decisão muito sensata, convocou todos os estudantes para fazer o censo, com isso não tem nenhum custo e tem o número de pessoas suficientes para realizá-lo. Cada estudante terá uma área e um número de casas para ir e será acompanhado por dois soldados do exército, caso algum morador não quiser recebê-los e para protegê-los em lugares vulneráveis. O cidadão que receber o estudando e os dois soldados na hora do almoço também será obrigado a oferecer almoço gratuito, não é de duvidar essa atitude do governo, já que não ira pagar ninguém para fazer o censo, para que gastar com comida se as pessoas pode alimentá-los de graça. O “toque de recolher” teve inicio as 08:00 e com previsão de término as 17:00. Algumas pessoas dizem que o último censo realizado no país foi a vinte anos, outros dizem que foi á dez anos. Agora fica a pergunta será que no Brasil os estudantes iriam fazer o censo? Será que a população respeitaria o “toque de recolher”? Não tem como comparar o Brasil com o Equador, pois são as diferencias são explicitas tanto em extensão como em números de população, mas é engraçado o fato de pensar nos estudantes sendo convocados no Brasil. Agora já são 17:40 a cidade começou a se movimentar e a vida volta em seu curso natural.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Pictures Guayaquil

Algumas fotos de guayaquil (região do Malecon).























domingo, 21 de novembro de 2010

Internet

Andei sumido, mas estou de volta. Estou passando rapidamente aqui para dizer que ainda estou vivo. Estava um pouco desaparecido porque aluguei uma suite (kitnet) aqui e estava esperando instalar a internet para voltar ao mundo virtual. Agora estou conectado, contudo este post será muito curto, apenas para dizer o motivo do meu sumiço.
Portanto logo logo já estarei atualizando com um post descente, enquanto isso... paciencia.

Hasta luego!!!
(:

sábado, 6 de novembro de 2010

Guayaquil – Equador

Fiquei um tempo ausente, contudo estou de volta firma e forte. Vamos aos fatos e acontecidos. Como dito anteriormente cheguei em Guayaquil as 20 horas, a previsão de chegada era as 18 horas, fiquei de ligar para o Junior (amigo meu que mora aqui em Guayaquil há uns 5 meses) assim que chegasse no terminal, contudo o ônibus da Ormenõs não para no terminal propriamente, para economizar tarifa e taxas de embarque/desembarque que a empresa tem que pagar para usufruir do terminal, a Ormenõs como outras empresas, possuem uma garagem própria para embarque/desembarque como acontece em Lima (PERU), porém quando desci do ônibus ele já estava esperando nesse local, como desceu no mesmo local há alguns meses atrás imaginou que estaria aqui, dito e feito, é bem perto do terminal o ponto da Ormenõs, porém é uma escuridão total. Reencontros a parte, fui direto para casa dele que fica bem pertinho do terminal.
Faz praticamente 10 dias que estou aqui em Guayaquil e como falei bem no comecinho, no primeiro post para ser específico, que tudo poderia mudar no decorrer da viagem, realmente tudo mudou. A idéia inicial era só viajar nesse próximo ano, cruzar continentes e oceanos com paciência e muita calma, contudo um pouco antes de partir já pensei na possibilidade de ficar no meio do caminho em algum país por algumas semanas ou meses, e foi mas rápido do que pensei a idéia se concretizou e resolvi ficar por aqui.
Porque Guayaquil? Poderia responder de diversas formas, contudo vamos a abreviação. Se eu fosse para qualquer cidade iria ficar sozinho, isolado etc, é lógico que com o tempo já teria conhecidos e amigos, contudo analisei a questão em si e vi que Guayaquil me oferece tudo que estava procurando, tem cursos que tive vontade de fazer, o custo de vida é baixo e agregando tudo isso já tenho amigos que estão aqui, porque não ajuntar o útil ao agradável? Resumindo é por isso que resolvi ficar aqui.
Essa semana que estou aqui foi apenas para procurar um lugar para ficar, resolvi ficar perto da casa do meu amigo que está bem localizada, demorei alguns dias para encontrar, porém essa semana achei uma suíte (kitnet) na cobertura de um sobrado com terraço e tudo, não é muito grande, contudo para uma pessoa está excelente, sem contar que ela acabou de ser reformada e está toda mobiliada com água e energia incluído por um preço excelente, outras suítes que achei ou era muito pequena e cara ou não era mobiliada, essa foi um achado de ouro. Está em frente ao aeroporto, perto do terminal, tem o shopping Mall de Sol, padaria, supermercados tudo perto, ônibus passa na frente de casa praticamente, tem um templo budista bem perto, pois vou estudar mandarim no templo com os monges, hehe, enfim, está perfeito. Amanha (domingo) já faço minha mudança. Sem contar que a dona da suíte tem uma casa de praia e já me ofereceu dizendo se eu quiser passar alguns dias ou semanas, ela faz um super preço, bem econômico mesmo. Mais para frente saberei se é verdade.
Guayaquil é uma cidade grande, uma metrópole como outra qualquer, com suas vantagens e desvantagens. Tem vários shoppings, avenidas grandes, parques, o Malecon (tipo um calçadão de Copacabana) ao lado do rio Guayas onde tem diversos restaurantes, praças, cinema 3D, pontos de encontros, tem até uma cabine com vários computadores com internet grátis, variedades de produtos nos supermercados, os mercados (como se fosse as feiras no Brasil) tem muita variedade de frutas e verduras, e tudo com um custo bem razoável. A moeda aqui é o dólar e o salário mínimo é USD 250, ou seja, com o câmbio atual o salário mínimo aqui é menor que o brasileiro, contudo o poder de compra é bem maior, para se ter uma idéia, a passagem de ônibus custa USD 0,25, com o câmbio de R$ 1.75 que estava no dia da compra de dólares, a passagem sai apenas por R$ 0.44, em Rondonópolis-MT é R$ 2.50, em São Paulo na capital de micro de R$ 4,00. Uma pizza família com 4 copos de refrigerantes na pizza Hut sai por USD 11.00 (R$ 19.25) enquanto no Brasil qualquer pizza família é R$ 25.00 para frente, sem contar o refrigerante. Uma caixa enorme de morango (mas é uma caixa enorme, em Rondonópolis vendia umas bandejinhas pequenas a R$ 3,00, creio que da umas 10 bandejas daquelas) está entre 3 a 4 dólares no máximo, cursos e livros o custo é bem inferior ao Brasil, isso são apenas alguns exemplos para não ficar citando todas. Enfim, como toda metrópole tem essas e outras vantagens, contudo há as desvantagens, como o transito, criminalidade (assassinatos, fraudes e furtos, apesar de que ultimamente em todas as cidades grandes ou pequenas isso já virou rotina, basta você tomar os cuidados necessários), poluição e etc. O importante a dizer é que no momento aqui me ofereceu o que estava procurando, talvez daqui 3,6 ou 12 meses isso já seja suficiente e já alcancei meu objetivo por aqui, então quando isso acontecer eu continuarei seguindo meu caminho. Um eterno aprendiz!

ps: Novamente ficarei ausente alguns dias devido ao fato que tenho que esperar alguns dias para instalação da internet na minha cobertura (hehehe).

domingo, 31 de outubro de 2010

Pictures

Algumas fotos da viagem entre Lima (PERU) à Guayaquil (EQUADOR).























sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Lima - Peru

Cheguei em Lima por volta das 9 horas. Como em Lima não há um terminal e os ônibus param em suas respectivas garagens, assim que cheguei necessitei de pegar um táxi para ir à garagem da Ormenõs (empresa que faz viagens internacionais para toda América do Sul) para comprar a passagem para Guayaquil-Equador. Como disse anteriormente a idéia original era viajar todo o norte do Peru, em torno de uns 15 dias para depois ir para o Equador, contudo em Arequipa já pensei na hipótese de Lima ir direto para Guayaquil, chegando em Lima confirmei minhas idéias e já comprei a passagem direto para o Equador. Contudo as praias do norte do Peru (principalmente Mancora e região) são de uma beleza irresistível e fiquei um pouco decepcionado de estar passando direto, porém conformado porque as praias estão a poucas horas de viagens do Equador, em oito horas estou em Mancora, contando com o tempo que se perde nas imigrações e controle aduaneiro.
Em Lima fiquei poucas horas, pois o ônibus era para sair às 15 horas, contudo atrasou meia hora, como tinha pouco tempo em Lima, resolvi não ir a Museus ou a região de Miraflores. Como já conheço Miraflores estava planejando justamente voltar para fazer um vôo de asa-delta pela costa do Pacifico, pois há um ponto de vôo muito perto do shopping LaCosta, como o tempo foi muito curto e os vôos geralmente são na parte da tarde não foi possível realizar essa aventura dessa vez. Estava caminhando por algumas ruas e vi um restaurante italiano que me deu água na boca, quando vi no menu Risoto, ai decidi na hora ficar, mas quando pedir para o garçom explicar o que era aquele risoto e ele começou a falar de um caldo de galinha, achei meio estranho e resolvi não arriscar e pedi um prato especial “Fettuccini Ai Frutio Dimare + Pan Ajo + Gasosa mediana” por um preço que para nível de Peru não é um dos mais baratos, porém se comparando com o Brasil está moderado, mas valeu a pena, porque estava simples maravilhoso, ou a fome que era grande deixou tudo perfeito ou realmente eles capricharam no “Fettuccini”.
A viagem até Guayaquil demorou cerca de 28 horas, estava previsto 26 horas, como perde muito tempo na imigração, controles policiais, controles do exército e aduana, a viagem atrasou quase duas horas, contudo a viagem é muito tranqüila. Com uma poltrona confortável e ainda tive a sorte de ir na primeira poltrona, com vista panorâmica de toda viagem, oferecem janta, café-da-manhã e um almoço, vamos dizer que não é um banquete, muito menos se compara as refeições que serviram nos “bus-cama” na Argentina, mas ainda assim dá para quebrar um galho enorme, ou melhor, da para quebrar uma mini árvore, sem contar que passa um filme atrás do outro, com isso o tempo passa muito rápido e logo acabou as 28 horas e estava pela primeira vez desembarcando em uma cidade equatoriana.
ps: logo mais colocarei algumas fotos da viagem de Lima a Guayaquil.


24/10
6.5Soles = R$ 4.08 Almoço + Sorvete
1Soles = R$ 0.62 Internet
3Soles = R$ 1.89 Táxi Hostel x Terminal
2Soles = R$ 1.25 Água Mineral
1.50Soles = R$ 0.94 Tarifa Terminal
Total: R$ 8.78

25/10
12,00Soles = R$ 7.55 Táxi
USD 60,00 = R$ 106.47 Passagem Lima x Guayaquil
4,00Soles = R$ 2.51 Internet
15.50Soles = R$ 9.74 Almoço
Total: R$ 126.27

26/10
3,00Soles = R$ 1.89 Sorvete

Este dia não houve praticamente gastos, pois foi dia inteiro de viagem e servia refeições no onibus.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Arequipa - Peru

A viagem até Arequipa foi tranqüila, são 4 horas de viagem até Desaguadero na fronteira da Bolívia e mais 8 horas de Puno à Arequipa. A fronteira é maior bagunça, o ônibus tem a maior dificuldade para atravessar a imigração boliviana e peruana, pois tem muito vendedor ambulante no meio da rua, vans, carros e caminhões parados em todos os sentidos possíveis, com isso tem que ir alguém na frente do ônibus pedindo para tirar os automóveis e as pessoas do meio do caminho. O ônibus até Puno tinha mais estrangeiros do que bolivianos, porém nos assentos ao meu lado tinha um casal de boliviano que devia estar em lua de mel, porque nas 4 horas de viagem de La Paz a Puno só escutava “smack, smack, smack”, só paravam de se beijar para tomar água, nos assentos de trás um casal de inglês que também não parava de tagarelar e na frente dois franceses que ficavam rindo e arrotando um na cara do outro a viagem inteira, sem contar um senhor neozelandês muito louco com cabelo rastafári que está há vários anos viajando pelo mundo escrevendo um livro, ele me contou que chega em uma cidade e acha o lugar bonito e calmo ele fica meses até ir para outro lado, só não descobri como ele arruma tanto dinheiro assim. De Puno a Arequipa fui em outro ônibus e o clima estava agradável, contudo deixei uma blusa para caso de esfriar de noite, mas de madrugada fez tanto frio que eu não estava agüentando mais, minha blusa suporta temperatura bem baixa e mesmo assim não estava adiantando nada, comecei a bater os dentes de frio e já pedia para Deus passar o tempo rápido para chegar em Arequipa logo, mas logo em seguida o ônibus parou no meio da estrada, foi o tempo de eu pegar outra blusa na mochila que estava no bagageiro do ônibus, sem seguida dormi feito um anjo e tive que ser acordado quando já estava no terminal em Arequipa sozinho dentro do ônibus.
Da minha outra vez em Arequipa gostei muito da arquitetura da cidade, à noite na Plaza de Armas, enfim gostei de um modo geral da cidade, tinha feito o trekking no Cânion Del Colca e conhecido todos os monumentos históricos possíveis, dessa vez queria algo diferente, pensei em escalar o vulcão El Mist, mas só de pensar em subir durante 6 horas no primeiro dia e mais 3 horas no segundo dia para chegar ao cume já me desanimou, estava muito cansado para isso, então decidi fazer o rafting no rio Colca. Creio que foi a melhor decisão possível, pois já tentei fazer no Brasil e nunca dava certo, mas dessa vez tudo ocorreu na mais perfeita ordem e descemos rio abaixo em dois botes, um com o guia, um mexicano e dois americanos, e no outro bote, eu, um casal de canadenses, uma inglesa e um guia chileno. O rafting aqui é considerado nível II a IV e foi simplesmente perfeito, foi uma hora de duração e parece que não foi nem quinze minutos, não podia ter escolhido passeio melhor. O resto do dia andei pela cidade, fiquei vendo o movimento na praça e entrei na internet para dar noticias para o Brasil. No domingo apenas descansei e peguei o ônibus a tarde com destino a capital peruana (Lima).

23/10

7Soles = R$ 4.40 Táxi Terminal x Hostel
35Soles = R$ 22.02 Hostel
8Soles = R$ 5.03 Táxi Plaza x Terminal x Plaza
5.30Soles= R$ 3.33 Almoço
85Soles = R$ 53.45 Rafting + Cd com foto
40Soles = R$ 25.15 Passagem Arequipa x Lima
4Soles = R$ 2.51 Janta
2Soles = R$ 1.25 Internet
Total: R$ 117.14

sábado, 23 de outubro de 2010

La Paz – Bolívia Part I

A viagem até La Paz ocorreu na mais perfeita ordem, inclusive fui conversando com um brasileiro que está morando em Santa Cruz já faz cinco anos devido a seu trabalho em uma multinacional de alumínio que tem filial na Bolívia. Fui direto para o hostel Torino (perto da Plaza Murilo) que tinha várias indicações no site mochileiros.com, porém o que não me agradou é que nenhum quarto possui tomada de energia e se precisar carregar bateria de câmera ou mp3, tem que deixar o carregador na recepção, contudo é uma das diárias mais econômicas dos hostel que tem por perto, como estou carregando uma mochila extra fica complicado de ficar pesquisando hotel na hora que chega devido ao volume/peso e no dia seguinte nem fiquei em La Paz, portando esse hotel resolveu meus problemas.

O dia que cheguei em La Paz foi até um pouco depressivo, pois todos tours já tinha saído e fiquei andando sozinho pela cidade, conhecendo praças e monumentos históricos, inclusive o Evo Morales estava na Catedral da Plaza Murilo para uma missa, fiquei um tempão esperando para ver ele e não consegui, só consegui ver as dezenas de seguranças. No caso disse que foi um pouco depressivo porque quando você não tem nada para fazer e está sozinho em um lugar distante e desconhecido é um pouco perturbador, mas é só arrumar o que fazer que tudo passa, como se comprovou nos dias seguintes. Entretanto quando chegam esses momentos é só entrar na internet e falar com amigos que tudo está resolvido. A noite andei pela cidade que aparecia carnaval, cheio de musicas e com as ruas lotadas, porém tive que comprar um despertador e dormir cedo, pois no dia seguinte iria fazer o famoso downhill e tinha que estar na agência as 7 horas.

As 6:40 eu estava em frente a agência esperando o guia para o Downhill. Foi passando o tempo e nada dele aparecer, até estava pensando deve ser melhor assim é Deus querendo me livrar de algo, porque o medo já estava aparecendo e já estava me preparando para pedir meu dinheiro de volta e fazer outros passeios mais convencionais quando o guia apareceu, porque muitos diziam que era a maior adrenalina possível, o melhor passeio do mundo e outros diziam que jamais voltaria a fazer, pois o medo foi muito, antes que eu responda a minha opinião sobre o downhill, deixa eu explicar o que é esse tal de Downhill para quem nunca ouviu falar.

O Downhill é um passeio de bike pela estrada mais perigosa do mundo, conhecida mundialmente como “The Road of Death” – “A estrada da morte”. De La Paz até a cidade de Coroico é cerca de 95km, contudo você pedala aproximadamente 65Km desde La Cumbre até Coroico. Essa estrada foi construída em 1930 por prisioneiros paraguaios durante a Guerra do Charco. Em La Cumbre, o ponto de partida com as bikes, você esta a uma altitude de 4.700m chegando ao final da estrada a 1.200m de altitude. Você pedala cerca de 65 km, pedalar é modo de dizer, pois em 65km você precisa pedalar apenas uns 3km (terreno plano) o restante é apenas usando o freio, somente decida. Creio que é a única estrada no mundo que as bicicletas ultrapassam os carros e caminhões, foi minha primeira vez e espero não ser a última, que de bicicleta eu ultrapassei carros, caminhões e cheguei a uma velocidade que nem quero imaginar.

A primeira parte do passeio é quando chega a La Cumbre, que irá vestir os equipamentos de seguranças, escutar atentamente as primeiras instruções e conhecer sua bike, feito isso, é pura adrenalina descer a rodovia (essa parte ainda é asfalto) na maior velocidade fazendo pequenas paradas para fotos e contemplar a paisagem. No próximo trecho é a estrada da morte em si. Estrada pequena, de terra, cortando cascatas, rios e beirando abismos muito profundos. Quando está no asfalto você pode frear a bike com tranqüilidade que não corre o risco de derrapar, contudo no cascalho e estrada cheia de pedras a historia é outra. Realmente tem parte que as curvas são tão fechadas e a estrada é tão estreita que tem a impressão que se você for um pouco mais rápido irá voar abismo abaixo, mas é só ter cuidado e não desgrudar dos freios que o tour não terá maior problemas. Nosso grupo foi composto por cinco pessoas: eu, um neozelandês, um inglês e um casal de austríaco. Meu único receio antes do passeio era o pessoal do grupo correr de mais e eu ficar para trás, porque não estava afim de ir em toda velocidade e correr o risco de voar abismo abaixo, contudo no final deu tudo certo e fui eu e os outros dois que teve que ficar esperando o casal de austríaco que já eram de uma certa idade e desceram bem devagar.

A descida de bike por todo o trajeto é simplesmente perfeita. Na primeira parte que é ainda no asfalto, além do cenário magnífico você conta com a velocidade, pois da uma maior segurança correr no asfalto com a estrada quase certinha, eu digo quase porque em alguns pontos tem buracos ou está em manutenção. Na segunda parte automaticamente você diminui a velocidade, pois a estrada é pura pedra e terra, super estreita e tem umas curvas muito sinistras, sem contar que inúmeras vezes quase parei no meio do caminho para apreciar cascatas e os abismos ao seu lado. Tentei descrever o que pude, mas simplesmente é necessário fazer a descida para saber a emoção e adrenalina que sente na hora. Para finalizar o dia, após a descida vamos para um hotel em Coroico para almoçar e depois tomar um banho de piscina ou recuperar o fôlego. Antes que me esqueça logo que começamos a descer pela estrada de terra começou a chover, ou seja, mais adrenalina possível.

Para completar o dia com “chave de ouro ou chave de barro” estávamos voltando para La Paz quando a van quebrou no meio da serra, tivemos que pegar uma carona com um ônibus que estava passando na estrada, pois a descida de carro estava proibida naquele momento devido a uma forte nevasca que estava tendo em La Cumbre, com isso o carro que viria nos buscar no teria como chegar até nós. Já tinha visto nevar no norte do Peru em 2007 e no Chile em 2008, porém como agora nunca tinha visto, estava muito forte, o asfalto estava repleto de neve, os carros todos branquinhos e o perigo solto, pois muitos carros patinavam com o asfalto escorregadio, todo cuidado era pouco. No final tudo deu certo e chegamos vivos em La Paz quase uma hora da manha. I Survived!!!

20/10

10Bol = R$ 2,49 Taxi terminal x hostel Torino

45Bol = R$ 11.22 Hostel

19Bol = R$ 4,73 Almoço

350Bol = R$ 87.28 Passeio Downhill

5Bol = R$ 1.25 Água Mineral

4Bol = R$ 1,00 Internet

20Bol = R$ 4,98 Despertador

Total: R$ 112.95

21/10

25Bol = R$ 6,23 Tarifa para o Downhill

90Bol = R$ 22.44 Hostel

Total: R$ 28.67

ps: Mais fotos no Orkut.




















La Paz – Bolívia Part II

Acordei já era mais de nove horas e todos os passeios para Tiwunaco já tinha saídos, ou seja, só no outro dia ou tentar ir por conta própria. Decidi ir por conta própria e é necessário ir até o “Cementerio” e depois pegar um microônibus popular ate Tiwunaco. O bus que peguei não entrou na cidade, me deixou na estrada, porém é necessário caminhar menos que 1km para chegar no sitio arqueológico e a volta proceder da mesma forma, pegando o micro que passa na frente da bilheteria. As diferenças entre ir particular ou com agência são: Por agência custa 50bol incluído transporte do seu hotel ao sitio arqueológico (ida e volta) e guia particular. Por conta própria eu gastei 18Bol e em questão de guia foi muito simples, tinha muita turma de escola e os guia explicando cada detalhe, foi apenas eu me aproximar deles e escutar em alto e bom som toda informação que queria e ainda por cima de graça.

Antes de chegar no “Cementerio” uma senhora no coletivo me perguntou para onde eu ia e quando isso para Tiwanaco ela já me ofereceu para me acompanhar, pois estava indo para o mesmo lugar e poderia ter algum perigo perto do cemitério e pelo fato dos motoristas querem cobrar o dobro por ser estrangeiro, aceitei de bom agrado e fomos conversando com outra senhora boliviana até Tiwunaco. A senhora ainda me perguntou se eu acreditava em Deus e se era cristão, falei que sim, e ela disse que foi Deus que mandou ela me acompanhar, para me ajudar, porque um cristão nunca fica sozinho na terra e que jamais era para mim esquecer de Deus, viu só? As duas senhoras começaram uma conversa religiosa que durou quase uma hora e eu só confirmava o que elas falavam. Quando fui descer as duas senhoras apertaram minha mão, só não abraçaram porque dentro da van é muito apertado e me disseram: “Mucho gosto em conecer! Dios bendiga! Muy amable usted!” e outros elogios. Ganhei o dia, hehe.

Na volta passei no terminal e vi que já tinha passagem para o mesmo dia para Arequipa-Peru, com isso já comprei e fui direto para o hostel arrumar as coisas para viajar, na hora de acertar a diária o infeliz me cobrou duas diárias, cobrou uma diária apenas porque fiquei 3 horas a mais no quarto do horário permitido e disse que era para eu ter deixado as mochila guardado na recepção que não teria problemas, tentei argumentar de toda forma, mas tive que pagar as duas diárias. Se eu soubesse que daria tempo de viajar no mesmo dia teria feito isso, mas como a previsão era viajar só no dia seguinte nem me preocupei em retirar as mochila do quarto, fora essa decepção, o dia correu na mais perfeita ordem.

Porque estou viajando tão rápido? Nos meus planos originais eu iria ficar 20 dias na Bolívia e 20 dias no Peru até chegar no Equador, contudo como disse em um post atrás aproveitei em junho/julho e viajei durante 23 dias pela Bolívia, ou seja a parte planejado na Bolívia foi feito, e após pensar um pouco decidi encurtar minha estadia no Peru, visto que já conheço boa parte do que iria visitar, estou carregando um peso extra (minha mochila com algumas roupas e itens extra para um tempo maior no Equador), sem contar meu nootbook (que pesa muito e nem posso correr o risco de ficar sem ele). A parte norte do Peru eu posso voltar nos próximos meses, pois estarei bem perto, com isso ficará bem fácil manter uma base em Guayaquil-Peru e a partir de lá conhecer o norte do Peru e o Equador em si. Minha previsão para chegar no Equador era apenas no começo de novembro, contudo creio que essa semana chegarei, devido essas mudanças. Quando estiver em solo equatoriano decidirei o que fazer, até lá Buena Viaje!

22/10

80Bol = R$ 19.95 Boleto Tiwanaku

18Bol = R$ 4.48 Transporte Centro x Tiwanaku x Terminal

120Bol = R$ 29.92 Passagem La Paz x Arequipa

16Bol = R$ 4.00 táxi terminal x hostel x terminal

2Bol = R$ 0.50 Tarifa terminal

5.50Bol = R$ 1.37 Água Mineral

Câmbio R$ 1,00 = 1,57 Soles

Total: R$ 60.22

ps: Mais fotos no Orkut.











terça-feira, 19 de outubro de 2010

Santa Cruz de La Sierra - Bolívia

A viagem até Santa Cruz é muito cansativa, pois o ônibus sai de Cuiabá as 23:30 chega em Cáceres aproximadamente às 3 horas da madruga, tem que pegar uma van para San Matias as 4:30 e somente as 9:30 o ônibus da empresa San Matias sai, é a melhor empresa e agora tem até banheiro nos ônibus, e lá se vai mais 17 horas dentro do ônibus até Santa Cruz que chega por volta de 1 a 2 horas da manha. Cheguei em Santa Cruz muito cansado pois foram quase dois dias desde que sai de Rondonópolis sem dormir direito, é chegar e querer apenas cama.

O sábado foi um dia tranqüilo apenas fui cambiar o dinheiro, andar um pouco pela cidade e encontrei alguns amigos, olha como o destino é: conheci a Gigi em Cuiabá uns quatro anos atrás depois nunca mais tinha visto ela e fomos se encontrar justamente na Bolívia no restaurante da avó dela hehehe. No domingo fomos para o Mariposari, um clube com piscinas, quadras de esportes, diversos animais (pássaros, macacos, borboletas, bicho-preguiça, etc), com possibilidade para acampar e andar de caiaque. Tirei o finalzinho do dia para descansar, tentar definir meu roteiro para os próximos dias e aproveitar que a internet aqui é 24 hrs e free. Ontem (segunda-feira) se resumiu a andar pelas praças, descansar e ir em um pub de frente a praça 24 de setembro (Irish Bar) para comer um Picck Machi Mixto (nem recordo como escreve corretamente, mas é uma porção de carne de vaca, frango, batata frita, pimentão e cebola regado a um molho muito picante) acompanhado com um frapuchino com crema. Perfeito. Hoje passei o dia em casa arrumando as coisas e agora estou indo para o terminal pegar o ônibus para La Paz as 17:00 horas da empresa El Dorado (bus cama c/ 3 fileiras), as passagens geralmente para um bus cama está entre 150 a 170bol e os semi-cama entre 100 a 120bol, se comprar na hora de embarcar tem um desconto legal, porém como comprei antecipado não consegui um desconto muito grande, mas assim mesmo, consegui reduzir de 150bol para 135bol.

Dúvidas - Para responder o comentário do Vinicius sobre o câmbio aqui está da seguinte forma atualmente: R$ 1,00 você consegue trocar em Santa Cruz entre 3,80 a 3,90 Bol, na fronteira em San Matias eles te pagam 3,70 a 3,75 Bol. Porém eu troquei o real em dólar em Cuiabá antes de vir para cá com USD 1,00 = R$ 1,75, com isso ao chegar em Santa Cruz troquei USD 1,00 = 7,03Bol. Se você fizer as contas dividindo 7,03 por 1,75 (que é o valor que paguei no dólar em real) você terá 4,01, ou seja, para cada real meu estou conseguindo o boliviano por 4,01bol. Com isso fica claro que compensa cambiar na fronteira apenas o necessário para chegar em Santa Cruz e trazer a parte do dinheiro de espécie em dólar e cambiar em Santa Cruz, principalmente com os cambistas que ficam no meio da rua (em frente ao terminal ou na praça 24 de setembro). Porém muito cuidado ao cambiar, pois eles tentam passar a perna de qualquer jeito, ontem quando estive trocando 100 dólares por 703 bolivianos, o cambista contou o dinheiro na minha frente e me entregou falando que estava tudo ok e já querendo ir embora, quando fui contar na frente dele tinha apenas 603 bolivianos, os outros 100bol se não tivesse contado na frente dele já tinha ido para o “além”. Sobre os documentos eu carrego apenas o passaporte e identidade originais, uma cópia desses documentos mais a CNH, CPF e deixo uma cópia digitalizada de todos documentos no notebook e no email.

Vou colocar a relação de gastos que tive até agora para caso de alguém se interessar ou precisar para montar seu roteiro:

CUSTOS

14/10/2010

R$ 38,00 Passagem de Rondonópolis x Cuiabá - 200km

R$ 42,50 Passagem de Cuiabá x Cáceres – 200km

Câmbio USD 1,00 = R$ 1,75

Total: R$ 80.50

15/10/2010

R$ 15,00 Passagem de Cáceres x Corixo (fronteira) – 100km

R$ 6,35 táxi

R$ 2,50 Água mineral

R$ 32,50 Passagem San Matias x Santa Cruz - 700km

R$ 0,54 Tarifa Terminal

R$ 2,70 Água Mineral

R$ 4,04 Táxi Terminal x Thais’s home

Câmbio R$ 1,00 = 4,01Bol USD 1,00 = 7,03Bol

Total: R$ 47.50

16/10

21Bol = R$ 5,24 Almoço

22Bol = R$ 5,48 Janta

Total: R$ 10.72

17/10

57Bol = R$ 14,21 Almoço

100Bol = R$ 24,94 Mariposari

20Bol = R$ 4,98 Táxi

Total: R$ 44.13

18/10

18Bol = R$ 4.48 Almoço

3Bol = R$ 0.75 Micro Av. Canoto x Terminal x Los Pocos

135Bol = R$ 33.66 Passagem Santa Cruz x La Paz - 900km

25Bol = R$ 6.23 Corte de cabelo

Total: R$ 45.12

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

In the Road!!!

Finalmente chegou a hora do adeus, a hora de pegar minha mochila e literalmente “se lançar no mundo”. Esse é o primeiro post que escrevo literalmente na estrada, estou no ônibus indo para Cuiabá. Hoje, 14 de outubro de 2010, mais uma data que irá entrar para minha história, o dia que deixei tudo para trás e embarquei em outra aventura, contudo uma aventura muito maior que precisei fazer alguns sacrifícios como sair do emprego, abandonar conforto, comodidade, zona de segurança e ficar sem ver a família/amigos por um bom tempo. Mais uma vez a coragem demorou em chegar, mas quando chegou veio com força para por de lado todo o medo e insegurança que quis me assombrar nos últimos dias. Ao sair de casa deixei alguns da família chorando, principalmente minha mãe, tem hora que tenho que rir para não chorar, porque era só olhar para ela e falar alguma coisa que os olhos dela já escorriam lágrimas e se eu fosse chorar também ai lascava tudo, mas apesar do momento de tristeza carrego comigo a certeza do que estou fazendo, total certeza não tenho porque nem eu sei o que vou fazer direito daqui uns meses hehehe, mas que o futuro me reserva muitas coisas boas e que essas experiências me farão crescer como pessoa, olhando a vida de outra maneira, valorizando-a cada dia mais.

"Daqui a 20 anos você tenderá a ficar mais decepcionado com as coisas que deixou de fazer do que com as coisas que fez. Portanto, lance fora as amarras. Navegue para longe do porto seguro. Deixe que o vento sopre suas velas. Explore. Sonhe. Descubra"

BOLÍVIA!!!

Antes de viajar vou tentar descrever em poucas palavras a viagem que realizei pela Bolívia a poucos meses atrás. Como disse anteriormente sempre viajei com amigos, porém agora chegou o momento de ir sozinho. Poderia dizer que foi uma viagem feita ao acaso, pois numa terça a noite decidir viajar e na quarta a tarde já estava na estrada, tinha informações suficiente em meus arquivos sobre a Bolívia, pois estive em 2007 viajando por vários dias e também estava atualizando algumas informações de lugares que não estive, para quando fosse realizar o “mochilão” pela América do Sul.
Usei essa viagem como preparação para viagens futuras, pois não saberia qual seria minha reação a viajar sem nenhuma compania e posso dizer que não foi tão assustador como imaginei. Ainda sou a favor de viajar com uma boa compania para compartilhar os momentos bons, como nas enroscadas que costumamos entrar. Contudo o medo foi superado e tive uma viagem maravilhosa, que me permitiu vivenciar experiências que talvez se tivesse acompanhado não teria vivido.
Como dito anteriormente decidi viajar na terça e no dia seguinte ao meio-dia estava embarcando na rodoviária de Rondonópolis com destino a Bolívia, foi só o tempo de arrumar a mochila. Cheguei em Cuiabá por volta das 17:00 horas e o ônibus para Cáceres estava marcado para as 23:30, nesse intervalo aproveitei para ir ao Shopping Pantanal comprar alguns dólares e rever minha querida amiga Aline, na verdade minha irmãzinha de coração. O ônibus ou van de Cáceres que vai até a fronteira (Corixo), sai da antiga rodoviária de Cáceres apenas as 4:30 e o trajeto demora certa de uma hora e meia. Ao entrar na Bolívia tive um “flash back”de quase três anos atrás, quando mochilei pela primeira vez e foi nessa fronteira, a porta de entrada para o mundo das viagens, dos “mochilões”, que se surgiu na minha vida.
A viagem até Santa Cruz que dura aproximadamente 17 horas foi tranqüila, aproveitei o tempo para pensar no que viria e acalmar a curiosidade alheia, pois alguns brasileiros que estava no ônibus não acreditava no que ia fazer ou que já tinha passado e o simples fato de falar que sou um novato, uma verdadeira criança que está começando a gatinhar no mundo das viagens, deixaram mais intrigado, para não dizer abismado. Chegando em Santa Cruz de La Sierra fui direto para casa da Thais e Nayara com a intenção de ficar dois dias e seguir viagem, mas o que veio acontecer foi uma estadia de uma semana. Nem todas surpresas são agradáveis, pois no dia seguinte aconteceu que descobri que na viagem perdi 300 reais, 3 pendrives e as cópias de todos meus documentos (sorte que foram apenas as cópias de prevenção em caso de furto) e para completar o dia de forma inesquecível minha câmera, uma Nikon d-80, veio literalmente a parar, logo nos primeiros dias fiquei sem câmera e não achava uma autorizada na cidade e nenhuma informação na internet, por fim após andar muito descobri uma assistência técnica de câmeras e resolvi arriscar a sorte e deixar minha câmera para conserto. Dizem que só devem confiar em um representante autorizado, porém estava em um dilema, viajar por toda Bolívia sem foto ou arriscar uma câmera? Resolvi arriscar a câmera e no final foi à melhor solução, pois em dois dias a câmera estava pronta e funcionando perfeitamente e lá se foram mais 230 reais, resumindo, perdi/gastei 530 reais nos dois primeiros dias, gastos que não estava no planejamento e a sorte foi tanta, que os 300 reais que sumiu era justamente para algum imprevisto, e olha que os imprevistos aconteceram mais rápido do que pensava.
A semana que fiquei em Santa Cruz foi um verdadeiro tour gastronômico, pois nunca comi tanto como nessa semana, conheci restaurantes e sorveterias de ponta a ponta, vi o Brasil ganhar de 3 x 0 do Chile, porém também assisti o Brasil ser desclassificado pela Holanda na Copa do Mundo e pude ver de camarote um boliviano chorar pela derrota brasileira, me perdia andando pelas ruas da cidade ou pegando os coletivos que nem sabia para onde ia, assisti uma apresentação de um artista de rua, um comediante que não perde para nenhum artista global, muito menos percebia o tempo passar com as conversas furadas, viajadas e filosóficas que sempre tive com a Thais, sem contar as risadas cômicas da Nayara, isso foi Santa Cruz.
Segui para o sul da Bolívia com destino a Sucre, negociem e barganhem antes de comprar a passagem, pois começam te oferecendo o melhor preço que é 120bol e por fim te vende à passagem entre 60- 70bol. Os ônibus geralmente saem as 16:00 horas e a viagem dura aproximadamente 16-17 horas. Como já estive em toda essa região em 2007, apenas fiquei andando pelos principais monumentos arquitetônicos e curtindo a cidade tranquilamente, contudo a cidade oferece o passeio pelo Parque dos Dinossauros, que só vale visitar uma vez. No dia seguinte fui para Potosi esperei algumas horas ate o ônibus para Uyuni sair, nesse intervalo conheci um grupo de mochileiros que se resumia a sete israelenses e uma portuguesa, conversei com alguns brasileiros que encontrei nas ruas de Potosi, porém estava em uma empresa de ônibus diferente da minha. Como o tempo de permanência em Potosi foi apenas umas 3 horas, aproveitamos e fomos ver uma torre e subi-la para poder ter uma vista de todo o vale e da cidade, subimos de táxi até o local da torre e voltamos caminhando, isso eu e os israelenses com a portuguesa. A viagem até Uyuni foi tranqüila, muito diferente da minha experiência anterior, que se resumiu a passar mal durante todo o trajeto, devido ao cheiro de pólvora que tinha nas minas que visitei em Potosi aliado a comida. Durante a viagem conheci um rapaz que era o motorista de um dos veículos que levaria uma galera para fazer um documentário sobre o Salar de Uyuni para o Nathional Geography, da hora né? Até perguntei se tinha alguma vaga para mim, nem que fosse para ajudar a carregar os equipamentos, infelizmente não foi dessa vez.
Como o ônibus chega em Uyuni tarde da noite, minha idéia era acordar cedo no dia seguinte e embarcar no tour pelo Salar, porém como tinha decidido não levar relógio, despertador nada que me lembrasse de horários e compromissos, acabei acordando um pouco tarde devido ao cansaço e tive que adiar o tour, pois todas empresas já tinham partido para o Salar, contudo tem males que vem para bem, aproveitei o dia para conhecer Uyuni, todos dizem que a cidade não tem nada para fazer e realmente estão certos, mas o que eu conhecia da cidade se resumia a porta do hostel, pois cheguei no hostel de madrugada e o tour sai da porta do mesmo, dessa vez tive o dia inteiro para andar pela cidade, ver artesanato e comer uma deliciosa pizza. Decidi que não atravessaria para o Chile dessa vez e iria de trem para Oruru para poder contemplar a paisagem da viagem, porém o trem só tinha com o horário de madrugadas e para esperar um dia com saída matinal não compensava, já deixei tudo certo com a passagem visto que é quase o mesmo preço do que a passagem de ônibus, uns 5bol mais barato, contudo a maior vantagem é que de ônibus a viagem dura 12 a 15 horas e de trem apenas 7 horas. Como disse a males que vem para bem, o maior bem que ocorreu de ter ficado um dia inteiro em Uyuni foi na hora de fechar o tour, pois decidimos ir todos juntos (eu + israelenses + portuguesa), eles já tinham duas agências indicadas por amigos e muito bem recomendadas em sites israelenses, para resumir, todas agências fazem o mesmo passeio, mesmo roteiro o que diferencia é a qualidade dos guias e comidas, pois ate a hospedagem são semelhantes e o tour varia de 600 a 650 bol, eu estava caminhando sozinho quando conheci uma mulher de uma determinada agência que me ofereceu o tour e comecei a negociar para 8 pessoas que no final das contas saiu a 500bol para cada pessoa, a única tarefa minha era convencer os gringos, após longas horas de buscas, pesquisas e a pequenos comentários de minha autoria todo grupo se convenceu que essa agência que achei era a melhor, a mulher que conversa uma barbaridade ajudou no momento da escolha final hehe, já estava super feliz por economizar praticamente 100bol em relação as outras empresas e fiquei mais feliz ainda porque pensei, nossa vou tentar negociar mais um pouco, afinal, eu trouxe 8 clientes para ela e não é que eu consegui mais um desconto, no final para eles ficaram 500bol e para mim 480bol, incluído 4 litros de água mineral que nenhuma empresa te oferece, foi ou não foi um bom negócio?
A diferença do tour dessa vez com a outra que fiz se resumi a época do ano, as companias e a pequenas mudanças no roteiro, que se resumiu a visitar ilhas de cactos diferentes, a volta para Uyuni e a hospedagem no hotel de sal, que antes não tinha ficado, e foi muito emocionante saber que dormi em uma cama feita de sal. Uma outra surpresa nada agradável que fiquei sabendo antes de sair no tour foi que o governo boliviano aumentou o preço de entrada no Parque Nacional Fauna Andina para estrangeiros, antes custava 35bol agora custa nada menos nada mais que 150bol, um absurdo, uma verdadeira extorsão coletiva. Em dezembro a tempera estava em torno de 0 a -5 graus, e agora no segundo dia, no acampamento da Laguna Colorada a 4.700 m de altitude, a temperada chegou a quase -15 graus, um queda de 10 graus que faz uma enorme diferença ao corpo humano, principalmente quem vive a 40 graus. Os dois primeiros dias se resumiram a muitas fotos, festas e risadas, porém no terceiro dia a coisa ficou feia, mas antes de falar a parte trágica, vamos as coisas boas, a empresa que fizemos o tour saiu com 3 carros e acabei indo em um carro com outras pessoas fora ao grupo que estava, adivinha com quem? Com dois casais de israelenses, definitivamente essa viagem ficou marcada com uma pitada de israelenses, aonde olhava tinha um deles. Na primeira noite encontrei vários brasileiros no hotel e tentam acertar a resposta da seguinte pergunta: O que é que acontece quando há vários brasileiros reunidos? Adivinharam? Pois aqui vai uma resposta simples: alegria, diversão, muitas risadas, quem está apenas escutando pensa que é algum encontro religioso ou algum debate ideológico de seguidores convictos de suas crenças, mas quando chegam para ver é apenas 3 ou 5 brasileiros conversando na maior das alturas, rindo e se divertindo. Rimos dos gringos, rimos de nós mesmos e trocamos muitas idéias e para ficar ainda melhor tínhamos uma portuguesa para fazer as famosas piadas de português e adivinha que ela ainda quis rir da nossa cara, graças ao seguinte acontecimento. Um brasileiro foi tomar banho e voltou batendo queixo e reclamando de frio por não ter água quente e justamente a portuguesa foi banhar em seguida e voltou toda feliz da vida e o brasileiro quando foi pensar em tirar uma da cara dela, veio a pergunta, porque você não ligou o registro? Ele fez aquela cara de quem não tem a menor idéia do que está falando e ela ainda apimenta a conversa com a seguinte frase, aquela pecinha que esta no chuveiro escrito quente e frio, agora me diga após um acontecimento desses quem vai tirar onde de quem? Ficou 1 x 0 para Portugal. A segunda noite se resumiu a ficar dentro do alojamento comendo e conversando, pois fora do abrigo estava um frio de congelar qualquer um, mais ainda assim brasileiro que é brasileiro sempre arruma um jeitinho e isso se resumiu a festa do lado de fora do abrigo com direito a música brasileira, tambor, uísques e todos gringos dançando, fiquei olhando da janela, não acreditam?? logo logo explico o motivo. Os dias se resumiam a visitar cenários belíssimos, tirar fotos e ficar de boca aberta com a generosidade de Deus para conosco em criar cenários tão magníficos. As refeições foram maravilhosas, muito melhor da outra vez e para completar tinha alguns vegetarianos no grupo, ou seja, ficavam sobrando aqueles bifes maravilhosos e por eu ser a favor de não desperdiçar comida em protesto a fome mundial tinha que ficar com eles todinhos para mim, sei que é muito triste, mas é para o bem de todos, conscientização global. Por mais que eu escreve não da para descrever todas emoções vividas nesses dias, sem contar que devem estar curiosos pelo motivo que fiquei olhando a festa madrugada a dentro pela janela, eis a explicação. Tivemos um jantar maravilhoso, com uma sopa para arrematar o frio e uma deliciosa macarronada, contudo o efeito em mim não foi nada bom, virei a noite com um mal-estar terrível que resultou a muitos enjôos e um sistema digestivo totalmente insano, para bom entendedor meia palavra basta, passei o dia tomando água para hidratar e deitado no carro, voltamos a Uyuni no fim do dia e meu trem para Oruro era apenas na madrugada as 01:45, como tive um ótimo relacionamento com a representante da empresa ela me deixou ficar na agência até o horário do trem para eu não precisar pagar hotel e por não estar muito bem de saúde, que ela insistia que era mal de altitude e eu insistia que foi a comida, mas tudo bem, não foi nada grave, bom isso descobri 2 dias depois.
Mesmo com o fato de ter passado mal e quase ter morrido no deserto no fechar das contas foi um tour muito produtivo, a parte que menciono que quase morri não é ao fato de ter passado mal e sim ao momento que estávamos voltando do vulcão Licancabur em regresso à Uyuni o motorista perdeu o controle da caminhonete, uma Toyota hillux 4x4, como era abismo corremos o sério risco de ter caído montanha abaixo e o pior ter acontecido, pois a estrada é muito estreita contornando as encostas das montanhas e numa curva a areia estava muito fofa, com isso o carro começou a literalmente “dançar” na pista, mas após umas cinco viradas entre abismo a esquerda e ao paredão de pedras a direita o motorista conseguiu estabilizar o carro, mas nesses curtíssimos segundos pensa no desespero e na gritaria que foi dentro do carro, as israelenses quase pularam do carro em movimento e minha única reação foi gritar: - Não freia! Não freia! Pois se frear com tudo, o carro deslizaria mais ainda, se ele entendeu o recado ou não, isso eu não sei, só sei que conseguiu controlar e parar o carro, para nós podermos respirar aliviados. Com todas essas emoções não incluídas no tour, porém vividas, terminamos vivos, eu estava parecendo um morto-vivo devido a minha situação intestinal, mas estava vivo. A viagem de trem para Oruro quase foi um tormento, mas um senhor me salvou, quando fui comprar à passagem a mulher do guichê disse que o trem tinha mantas, calefação e trezentas coisas, com isso nem me preocupei em levar meu saco de dormir e adivinha o resultado? Quase congelei, estava um frio terrível, as janelas do trem estavam só o gelo, a parte de cima do corpo estava tudo bem, pois estava com uma camiseta, uma blusa de lã, 2 casacos pesados, 2 gorros, 2 luvas e apenas uma calça, sei que foi imprudência, mas nunca fui de sentir frio nas pernas, sempre fui aquele que no frio andava até com 2 blusas, mas de short e chinelo, porém dessa vez as pernas começaram a congelar, após uns vinte minutos e depois de pedir muito a Deus um senhor entrou e sentou do meu lado e já foi me oferecendo o saco de dormir dele para cobrir minhas pernas, é verdade que ao abrir o saco de dormir estava o maior fedor, mas melhor tampar o nariz do que congelar as pernas.
Às sete horas de viagem até Oruro parecia uma eternidade e nesse momento eu pensava quão desolador e desesperador seria se eu tivesse ido de ônibus, que era o dobro de tempo. Não via a hora de chegar em Oruro e procurar um hotel descente dessa vez com direito a banheiro privado, TV a cabo e todas regalias possíveis, pois meu quadro era critico e tava com muita dor no estomago, mal estar, fraco, enfim, precisava urgentemente de um lugar para me recuperar. Como a estação de trem é longe do centro, dividi um táxi com os israelenses até o terminal e de lá segui para um hotel que estava em um panfleto dos Hostels Internationals, contudo o de Oruro não era um hostel comum e sim um hotel 3 estrelas com uma diária de 150bol, como não tinha condições para ficar procurando outro mais barato e precisava daquele conforto nem questionei e já fui direto para o quarto, com direito a uma excelente ducha, TV a cabo, duas camas super confortável, frigobar e etc. Cheguei era por volta de umas 9 horas e fui sai do quarto apenas no outro dia as 14 horas quando segui para Cochabamba. No dia que cheguei no hotel fiquei até preocupado com minha saúde pois já era o segundo dia que estava passando mal e com muito dor no estomago, mas o descanso me fez muito bem, pois fiquei deitado o dia inteiro bebendo muita água e tomando vários banhos para ver se a dor no corpo diminuía, por obra de deus no outro dia estava novinho em folha, pronto para continuar viagem, mas antes de viajar resolvi fazer um teste para ver se estava bom mesmo, isso eu não aconselho a ninguém fazer, além de ser imprudente pode complicar sua situação, após sair da situação que estava o correto é ter uma alimentação leve e saudável até se restabelecer, porém eu já fui de cara comendo bolacha de chocolate e no dia seguinte hambúrguer, batata –frita e um delicioso sorvete de chocolate, se depois dessa extravagância não voltei a passar mal se conclui que estava ótimo.
A estrada que liga Oruro a Cochabamba é de uma beleza impar, pois é contornando montanhas e vales, a paisagem é incrível, lembro que o novo filme do Karate Kid tinha acabado de entrar no cinema naquela semana e eu já tive a oportunidade de assistir no ônibus. Fiquei apenas dois dias em Cochabamba o suficiente para andar por toda cidade, os principais pontos turísticos como as igrejas, praças, monumentos e subir no cristo, que lá de cima da para ver toda cidade, conheci uma turma bacana e vi a Espanha ser campeã do mundo do lado de uns espanhóis em uma mega sorveteria que fizeram a maior bagunça, inclusive trombando em um garçom e derrubando tudo que estava na bandeja no chão.
No domingo à noite voltei para Santa Cruz e na segunda a noite estava no ônibus “de volta a minha terra”, ainda tive a sorte de chegar em Cuiabá na terça-feira e coincidir que meus pais estava na cidade e já voltei com eles para Rondonópolis. Como mencionei no começo do post, dessa viagem tirei grandes lições e confirmei o que suspeitava. Viajar com uma boa compania sem duvida nenhuma é excelente, contudo deixar de viajar por não ter compania não pode servir como desculpa para ficar em casa. Viajar sozinho você passa a se conhecer mais, dar valor nas pessoas e acaba descobrindo que você que determina seus próprios limites e aonde quer chegar. Algumas pessoas descobrem que conseguem arrumar uma mala e tomar decisões sozinhas sem precisar da ajuda da mamãe e outros descobrem o quão capaz é de resolver problemas e situações inusitadas.
As fotos dessa viagem pela Bolívia e para MG/SP estão na minha página pessoal do Orkut.

www.orkut.com.br/Main#Profile?rl=mp&uid=12369392695904843187